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.: MOOC: Massive Open Online Course

Imagem: Adaptada de http://commarts.wisc.edu
Um pouco da história...

 

A sigla MOOC significa Curso Online Aberto Massivo (Massive Open Online Course), uma modalidade de ensino a distância que tem se propagado por meio de plataformas virtuais específicas espalhadas pelo mundo. Diferentemente dos cursos tradicionais de EaD, os MOOCs são abertos, ou seja, podem ser acessados por qualquer pessoa conectada à internet, mediante sua inscrição em uma plataforma: não há critérios para a seleção de estudantes, exceto quando é indicada a necessidade de determinado conhecimento prévio e os cursos são majoritariamente gratuitos. Por essa ampla abrangência, os MOOCs são intitulados massivos, alcançando um grande número de pessoas (DAL FORNO, 2013).

Fazendo uma revisão do histórico dos MOOC, destaca-se que foi a partir dos anos 2000 que surgiram formulações mais concretas em torno das concepções de educação aberta. Conforme Inuzuka e Duarte (2012) “Em 2002, o MIT lançou o projeto OpenCourseWare (OCW) com a publicação aberta de 50 cursos na internet (ALBERTI, 2013).

Como um conceito recente, o nome MOOC foi utilizado pela primeira vez em 2008, por Dave Cormier, em referência ao curso sobre conectivismo de Siemens e Downes, que foi ministrado totalmente online e, apesar de haver uma taxa paga por vinte e cinco estudantes que receberiam certificação, foi acessado abertamente por qualquer pessoa registrada (YUAN; POWELL, 2013, p. 5-6). Já em 2011, professores da Universidade de Stanford começaram a gerir cursos online massivos, atraindo milhares de estudantes de todo o globo, reforçando o conceito de cursos abertos e em grande escala em termos de alunos (DAL FORNO, 2013).

Nem todos os MOOCs ofertados são abertos e massivos: alguns MOOCs são abertos, mas não massivos, por estabelecerem um limite de participantes; outros são massivos, mas não abertos, porque requerem o pagamento de alguma taxa para certificação ou porque estabelecem algum pré-requisito de conhecimento (YUAN; POWELL, 2013).

Os MOOCs são cursos de curta duração (de 3 a 12 semanas, por exemplo) promovidos e coordenados por universidades renomadas e disponibilizados em plataformas virtuais específicas. As plataformas de MOOCs oferecem possibilidade de certificação em diferentes áreas: ciências humanas, ciências sociais aplicadas, ciências da saúde, ciências naturais, ciências exatas, etc. O estabelecimento de plataformas para o oferecimento desses cursos criou um segmento educacional e, além disso, um segmento de mercado (DAL FORNO, 2013).

Imagem: Adaptada de http://er.educause.edu
MOOCs: Modelos

A sigla MOOC é utilizada também para cursos fundamentados em modelos pedagógicos distintos, que se desviaram significativamente das premissas iniciais desse métodos de ensino. Denominam-se cMOOC os MOOC conectivista e xMOOC, a nova geração de MOOC que, apesar de promissores, reproduzem os formatos de aulas expositivas.

Um resumo das diferenças entre cMOOC e xMOOC em relação ao aluno, professor e conteúdo pode ser observado na tabela a seguir:

No início, os primeiros MOOCs tinham uma filosofia de colaboração forte e profunda (cMOOCs), mas esta filosofia evoluiu para um sentido comercial (xMOOCs).


cMOOC: Enfatiza a filosofia conectivista, é uma plataforma social para colaboração partilha e construção do conhecimento dentro de uma comunidade de pessoas.


xMOOC: baseia-se em um modelo mais tradicional de educação, baseado em palestras gravadas em vídeos, e normalmente é bem financiada.

Imagem: Adaptada de http://elearningindustry.com
Vantagens e Limitações

Analisando as vantagens e limitações desse método de ensino, vemos que a utilização de MOOCs na educação é recente, mas já é possível observar vários movimentos e opiniões sobre o tema, porém nada de muito consistente. Desta forma, analisamos algumas plataformas e MOOCs existentes e, pautados em leituras e percepções, elencamos algumas vantagens e limitações deste novo modelo de ensino (SILVEIRA, 2016).

Entre as vantagens, podemos observar: formas de aprendizagem inovadoras e informal que podem propiciar aos alunos demonstrar seu conhecimento em grande escala; oportuniza que os alunos experimentem livremente uma variedade de assuntos e adquirem novas habilidades; traz mudanças para a possibilidades de democratização da educação; são abertos, mesmo para aqueles que não são estudantes regulares na instituição promotora e, em geral, com custo zero, ou próximo disso; flexibilidade, permitindo aos participantes escolher espaço e tempos convenientes para se dedicar ao curso; independente de restrições curriculares, evitando salas de aula tradicional e viabilizando tratar de temas variados associados ao conteúdo principal; compartilhamento de pensamentos e material adicional entre todos os participantes de forma muito mais acessível do que em cursos tradicionais; oferta de conteúdo variável, permitindo ser customizado de acordo com perfil e demanda particular de cada participante; favorece e ativa a formação de novas redes de relacionamento, tanto entre os alunos, como com os professores; promove o desenvolvimento e a disponibilidade do uso de novas tecnologias na educação; fomenta naturalmente uma imersão em tecnologias digitais, as quais são essenciais para quaisquer atividades contemporâneas (SILVEIRA, 2016).

Algumas limitações podem ser elencadas: observa-se um investimento considerável quando a instituição projeta um MOOC a partir de quesitos de qualidade pedagógica, metodológica e tecnológicas; nem sempre é exigido matrícula; resistência dos professores em participar; crítica a educação de massa; elevadas taxas de desistência; a escalabilidade passa de vantagem para limitação, quando pensamos na forma de como avaliar e acompanhar o processo de ensino e aprendizagem de cursos para grandes demandas; o acesso à Internet, num país como o Brasil, ainda é considerado uma limitação para a utilização dos MOOCs na educação (SILVEIRA, 2016).

Imagem: Adaptada de http://gsvcap.com
Desafios e Paradigmas

Milmann (2012) aponta que apesar dos MOOCs apresentarem alta taxa de matrículas, a permanência dos estudantes em cursos não pagos é pequena, sendo este fator, segundo a autora, um dos maiores desafios dos cursos massivos online gratuitos (BARIN, 2013).

Alguns dos principais desafios e paradigmas a serem enfrentados na oferta de cursos do tipo MOOC (BARIN, 2013):

- Como e se será fornecida a certificação/validação cursos o que implica diretamente no número de interessados;

- Professores precisam também aprender a lidar com os novos papéis em uma rede de ambientes de aprendizagem online;

- Muitos cursos possuem licença aberta de seus conteúdos sendo permitido reuso ou customização de materiais, entretanto outros MOOCs têm baseado seus recursos educacionais com proteção de direitos autorais.

- Nem todos os cursos abertos são gratuitos, algumas instituições cobram taxas de estudantes que desejam ganhar créditos universitários e é provavel que isto se torne cada vez mais comum.

Imagem: Adaptada de http://acrossculturesweb.com
Viabilidade Econômica

Por ser massivo, pode-se atingir milhares de alunos simultaneamente e em diversos países. Essa é uma grande oportunidade de troca de experiências. MOOC oportuniza a qualquer cidadão ter acesso as melhores instituições de ensino. Isso é uma democratização do ensino sem precedentes.

Porém a viabilidade econômica dos MOOCs ainda é um assunto que divide opiniões. É preciso uma boa estratégia de marketing para firmar parcerias com grandes empresas que possam financiar tais projetos a médio e longo prazo.


Pedagogicamente os MOOCs ainda precisam se estruturar melhor. Muitos professores simplesmente adaptaram suas aulas presenciais gravadas em vídeo ao formato web. Dividem o conteúdo em módulos menores e disponibilizaram na internet. Essa não é a melhor forma de elaborar o conteúdo. Para atingir completamente o seu propósito, um MOOC precisa ser projetado do zero.

 

As apostilas e vídeos devem ser dinâmicos e interligados. Deve-se utilizar pré e pós testes, jogos, fóruns, chats e redes sociais. Para isso acontecer plenamente os próprios professores devem se atualizar e utilizar ferramentas interativas.

Imagem: Adaptada de http://www.greenbookblog.org
O Futuro dos MOOCs

Alguns pesquisadores como (Carey, 2013),(Watters, 2013),(Aguaded e Gomez, 2013) e (Martin, 2012) sugerem que esses cursos massivos são uma revolução no ensino e uma ótima solução para a democratização da educação mundial, pois MOOCs são ferramentas poderosas que precisam ser bem utilizadas para atingirem todo o seu potencial. Watters (2013) ressalta o aumento de demanda global para ensino superior. Na próxima década a previsão é de existam em torno de 200 milhões de alunos por ano, sendo que grande parte deles vem de países emergentes. Para suportar essa demanda utilizando o método tradicional de ensino presencial, milhares de novas escolas precisariam ser construídas. Nesse contexto, investir em tecnologia e MOOCs passa a ser uma solução rentável e interessante (BASTOS, 2014).


Porém o uso MOOCs ainda abrirá espaço para muitas reflexões e debates sobre o tema. Estão começando a surgir questionamentos e críticas sobre o modelo didático/pedagógico aplicado nos MOOCs (Aguaded e Gomez, 2013). Com relação ao modelo de negócio, este ainda não está consolidado. Como manter cursos de qualidade em grande escala gratuitamente? Universidades como Stanford, Harvard e MIT investiram milhões de dólares em suas plataformas e conseguiram resultados expressivos. Mas nem todas as instituições possuem esses recursos (BASTOS, 2014).


Para Aguaded e Gomez (2013) o futuro e o sucesso dos MOOCs depende de dois fatores principais: propostas pedagógicas baseadas no multiculturalismo e multiplicidade de contextos culturais e uma forma de captação de recursos eficiente para manter os cursos. A sugestão dos autores é a utilização do modelo Google para alavancar recursos, onde as informações de centenas de milhares de acessos são trabalhadas e convertidas em publicidade online. A autonomia financeira desses cursos é um fator preponderante para o sucesso dos MOOCs (BASTOS, 2014).

Referências

ALBERTI, Tais F; ABEGG, MALLMANN, Elena Maria. Oportunidades, perspectivas e limitações dos MOOC no âmbito da UAB/UFSM. In: X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUD. Belém/PA, 2013. Disponível em: http://www.aedi.ufpa.br/esud/trabalhos/poster/AT1/114256.pdf. Acesso em: 02 de set.2016.

 

SILVEIRA, L. F.; SCORTEGAGNA, L. Mooc na Educação Financeira: Análise e Proposta de Desenvolvimento. Juiz de Fora. UFJF, 2016. 92 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Pós-graduação em Educação Matemática. Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora. 2016.

 

BARIN, Cláudia. BASTOS, Fábio da Purificação de. Problematização dos MOOC na atualidade: Potencialidades e Desafios. Centro de Ciências Naturais e Exatas – UFSM – claudiabarin@nte.ufsm.br Fábio da Purificação de Bastos – Centro de Educação, Departamento de Metodologia do Ensino – UFSM. 2013.

 

BASTOS, Rogério Cid. MOOCs: uma alternativa para a democratização do ensino. Engenharia e Gestão do Conhecimento. UFSC. Engenharia e Gestão do Conhecimento. UFSC – 2014. Disponível em http://www.seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/50333/31417. Acesso em 30 de ago.2016.

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